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23/07/2021

Diário do Rio Doce - Cartórios de Valadares têm 1º semestre com mais óbitos e menor crescimento da história

O novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Governador Valadares

A pandemia da covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população da cidade. Além das mais de 1.200 vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Governador Valadares, em 2003: nunca se morreu tanto em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros. 

Em números absolutos, os Cartórios registraram 1.889 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 61,7% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 57,94% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no município. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 70,64%.

Com relação aos nascimentos, Governador Valadares registrou, até o final do mês de junho, 2.080 nascimentos, número 3,9% menor que a média de nascidos no município desde 2003, e 7,2% maior que no ano passado. Com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 9% em Governador Valadares.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre na cidade, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve na média de 995 nascimentos a mais, caiu para apenas 191 em 2021, uma redução de 80,8% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 74,29%, e em relação a 2019 foi de 83,83%.

“O Portal da Transparência vem sendo usado por toda a sociedade para ter um retrato fiel do que tem acontecido no município neste momento de pandemia”, explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. “Os números mostram claramente os impactos da doença em nossa sociedade e possibilitam que os gestores públicos possam planejar as diversas políticas sociais com base nos dados compilados pelos Cartórios”, completa.

Natalidade e casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Governador Valadares, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a ser retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o município registrou o décimo menor número de casamentos desde o início da série histórica.

O primeiro semestre de 2021, em Governador Valadares, apresentou aumento de 1,4% no número de matrimônios desde 2003. E mostra também uma boa recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 805 casamentos civis, número 71,3% maior que os 470 matrimônios realizados no ano passado, e ainda 1,4% maior que os 794 casamentos celebrados em 2019.

Fonte: Diário do Rio Doce


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