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    O secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Fernando Marcondes 
    Florido, o coordenador do Comitê Executivo do Fórum de Assuntos Fundiários 
    do CNJ, juiz Marcelo Berthe, e o juiz auxiliar da presidência do CNJ Antonio 
    Carlos Alves Braga, instalaram, esta semana, na sede do Conselho, a Comissão 
    Especial para Gestão Documental do Foro Extrajudicial, que estabelecerá 
    padrões de organização e gestão dos documentos dos 533 cartórios de imóveis 
    da Amazônia Legal. Criada em dezembro pelo Conselho Nacional de Arquivos 
    (Portaria Nº94/2010), a comissão terá 120 dias para propor ações que 
    recuperem, modernizem e permitam maior segurança jurídica nos atos de 
    registro de imóveis da região. Os nove estados foram escolhidos por 
    totalizarem 61% do território brasileiro, mas também pelos freqüentes e 
    violentos conflitos fundiários locais, gerados da insegurança jurídica. 
     
    “O registro de imóveis assegura a quem pertence os direitos sobre as terras 
    e até hoje esse sistema se baseia em papel. Na Amazônia, assim como em todo 
    o país, encontramos cartórios com livros se desfazendo, documentação 
    perdida, esfarelada, e informações imprecisas. O sistema como um todo não 
    vem oferecendo a segurança que deveria”, apontou o juiz auxiliar membro do 
    Comitê de Assuntos Fundiários do CNJ, Antônio Carlos Alves Braga.  
     
    Dentre as medidas que devem ser sugeridas pela Comissão, está a criação de 
    softwares; a informatização de serviços; a restauração de livros; a 
    capacitação de servidores do Poder Judiciário e serventuários de cartórios e 
    até a elaboração de repositórios digitais destinadas ao arquivamento desses 
    milhões de documentos.  
     
    “É um trabalho grandioso; se der certo, servirá de paradigma. Começamos na 
    Amazônia Legal, mas isso se replicará nas demais regiões. Ou seja, [este 
    trabalho] pode vir a ser um marco na padronização da gestão de documentos 
    públicos”, afirmou o juiz auxiliar da presidência Marcelo Berthe, 
    coordenador da Comissão Especial.  
     
    Para o presidente do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), Jaime Antunes, 
    que presidiu a reunião de instalação do grupo, as recomendações, diretrizes 
    e procedimentos elaborados no âmbito da Comissão serão úteis para o país de 
    uma forma ainda mais ampla. “Ganha a história; ganha o patrimônio; a 
    produção científica e também o poder público, que terá como controlar melhor 
    a ocupação de terras”, afirmou Jaime Antunes.  
     
    Em dezembro de 2010, um Acordo de Cooperação – firmado entre o CNJ e o 
    Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – disponibilizou 
    R$ 10 milhões para custear, entre outros projetos, a compra de equipamentos 
    de informática, a produção de software de registro eletrônico e a realização 
    de cursos de capacitação em Direito Registral e Notarial.  
    A próxima reunião da Comissão está marcada para 4 de abril, na sede do 
    Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.  
     
    Além dos membros do CNJ, estiveram presentes à reunião de instalação da 
    Comissão Especial o 5º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo, Sergio 
    Jacomino; o presidente da Associação dos Registradores Imobiliários de São 
    Paulo (ARISP), Flauzilino Araújo dos Santos; o coordenador de Preservação da 
    Fundação Biblioteca Nacional, Jayme Spinelli Júnior, a gerente do Sistema de 
    Informações do Arquivo Nacional, Silvia Ninita de Moura Estevão e o 
    especialista em Preservação Digital Carlos Augusto Silva Ditadi. 
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