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    A Comissão de Meio Ambiente (CMA) concluiu nesta quinta-feira (24) a votação 
    do substitutivo do senador Jorge Viana (PT-AC) ao projeto de reforma do 
    Código Florestal (PLC 
    30/2011). Também foi aprovado requerimento para que o texto tramite com 
    urgência no Plenário, o que lhe daria prioridade. Se acolhido o pedido de 
    urgência, o texto pode ser votado já na próxima semana. 
     
    Após a aprovação do texto base do substitutivo, na quarta-feira (23), foram 
    apresentados 77 destaques ao projeto, dos quais apenas quatro foram 
    aprovados na reunião da CMA desta quinta-feira. Uma dessas emendas impede a 
    regularização de atividades consolidadas em Áreas de Preservação Permanente 
    (APP) em imóveis localizados nos limites de unidades de conservação de 
    proteção integral, criadas até a data de promulgação do novo Código 
    Florestal. A emenda, de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), também 
    determina que o proprietário deva recuperar a área, seguindo os prazos 
    previstos na nova lei. 
     
    Outras duas emendas aprovadas, dos senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e 
    Blairo Maggi (PR-MT), tratam das regras de controle de incêndios e foram 
    votadas em conjunto. O texto aprovado determina que, na responsabilização 
    por queimadas em terras públicas ou privadas, deverá ser comprovado "o nexo 
    de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano 
    efetivamente causado". 
     
    Aloysio Nunes também é autor do quarto destaque aprovado. A emenda acolhida 
    explicita que outras atividades de utilidade pública e interesse social, 
    além das listadas na lei, que justifiquem o desmatamento de APP, só podem 
    ser autorizadas "quando inexistir alternativa técnica".  
     
    Questionamentos 
     
    Diversos outros destaques foram considerados prejudicados, por já terem sido 
    acolhidos no substitutivo de Jorge Viana, pelo interesse dos autores de 
    retirá-los de pauta ou pela ausência dos autores para a apresentação dos 
    destaques. No início da reunião, alguns senadores questionaram emendas 
    acolhidas pelo relator, alegando pouca discussão sobre elas na reunião de 
    votação do texto base.Blairo Maggi (PR-MT), por exemplo, questionou emenda 
    de Aloysio Nunes, já integrada ao substitutivo, estabelecendo que, em bacias 
    hidrográficas consideradas críticas, a consolidação de atividades rurais 
    dependerá do aval do comitê de bacia hidrográfica competente ou dos 
    conselhos estaduais do meio ambiente. 
     
    Blairo argumenta que o poder atribuído aos comitês de bacias ou conselhos de 
    meio ambiente altera acordo no sentido de regularização de atividades 
    consolidadas em margens de rios. Já Aloysio Nunes afirma que os comitês de 
    bacia devem ser ouvidos por sua representatividade, uma vez que são 
    compostos por representantes dos agricultores, usuários de água - inclusive 
    as fornecedoras de energia -, prefeitos e governo estadual. 
     
    Uma vez que a emenda já foi aprovada, o presidente da CMA, Rodrigo 
    Rollemberg (PSB-DF), esclareceu que novas mudanças só poderão ser propostas 
    quando da tramitação da matéria em Plenário. 
     
    Uso da terra 
     
    Outra mudança questionada determina que, em imóveis localizados em área de 
    floresta na Amazônia Legal, a reserva legal "ficará reduzida" para até 50% 
    quando o estado tiver mais de 65% do seu território ocupado por unidades de 
    conservação da natureza de domínio público e terras indígenas homologadas, e 
    não "poderá ser reduzida...", como no substitutivo original. Randolfe 
    Rodrigues (PSOL-AP) criticou a emenda, apresentada por Romero Jucá 
    (PMDB-RR), dizendo que a medida representará novos desmatamentos, posição 
    contestada pelo relator Jorge Viana. 
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