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    Dentro de 30 dias, técnicos da Biblioteca Nacional e do Arquivo Nacional vão 
    apresentar, aos membros da comissão criada para reorganizar os documentos 
    cartoriais brasileiros, um conjunto de orientações que deverão dar origem a 
    um manual a ser seguido pelos cartórios do país para a produção e 
    conservação de documentos físicos e eletrônicos. Coordenada pelo Conselho 
    Nacional de Justiça (CNJ), a comissão tem a missão de elaborar esse manual 
    de conduta para os cartórios extrajudiciais até o final deste ano. 
     
    “Nossos documentos estão se tornando eletrônicos sem uniformização, sem 
    norma. E como o trânsito dessas informações precisa ser integrado, é 
    fundamental padronizar os formatos. Não estamos propondo a última palavra no 
    assunto, mas um pouco de ordem no caos”, afirmou o juiz auxiliar da 
    Presidência, Antônio Carlos Alves Braga Júnior, membro da Comissão Especial 
    para Gestão Documental Extrajudicial do CNJ.  
     
    Em quinze dias, serão encaminhados questionários técnicos em preservação de 
    documentos físicos e em produção e preservação de documentos eletrônicos que 
    integram a comissão. As perguntas estão sendo elaboradas pelos registradores 
    de imóveis que também fazem parte do grupo e por registradores e tabeliães 
    convidados. São baseadas nas atividades especificas de notas e registro e em 
    questões encontrados do dia a dia de trabalho. 
     
    Sistemas - Dentre os temas que deverão ser esclarecidos estão, por exemplo, 
    os formatos de documento eletrônico mais indicados para garantir a 
    longevidade de documentos com conteúdo de texto, a resolução mínima da 
    imagem a ser gerada na digitalização de documentos, os sistemas e métodos de 
    geração de cópias de segurança de documentos eletrônicos e físicos e o uso 
    da certificação digital.  
     
    As regras para a preservação de documentos físicos e para geração e 
    preservação de documentos digitais do serviço extrajudicial estão sendo 
    discutidas com representantes de entidades de registradores e notários 
    convidados, além dos próprios membros da comissão, há oito meses. Segundo o 
    coordenador da Comissão Especial, o juiz auxiliar da Presidência do CNJ 
    Marcelo Berthe, até o final do ano devem ser normatizados os padrões de 
    emissão, digitalização e guarda de documentos dos cartórios brasileiros, 
    diante das inovações tecnológicas disponíveis. 
     
    Comissão Especial – Instituída em dezembro de 2010, pelo Conselho Nacional 
    de Arquivos (Portaria Nº94/2010), a Comissão Especial do CNJ foi criada para 
    propor ações de modernização, organização e gestão dos documentos dos 
    cartórios de Registro de Imóveis da Amazônia Legal. As regras para 
    documentos eletrônicos, no entanto, serão aplicáveis a todos os cartórios do 
    país.  
     
    Tais normas deverão estabelecer a convivência de documentos físicos com 
    documentos provenientes de digitalização e documentos produzidos 
    originalmente em formato digital. Também deverão tratar do uso de assinatura 
    eletrônica, datador digital ("time stamp") e padrões que permitam a 
    intercomunicação de bancos de dados.  
     
    Espera-se que as novas regras entrem em funcionamento no prazo de um ano 
    após a publicação pelo CNJ, e que elas estejam prontas para publicação até o 
    final do ano. 
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