| 
     
    A proposta de elevação de taxas cobradas pelos serviços cartoriais, os 
    chamados emolumentos, provocou polêmica e paralisou as votações na Reunião 
    Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais desta 
    quarta-feira (14/12/11). Sem acordo para votar o Projeto de Lei (PL) 
    1.782/11, do deputado Gilberto Abramo (PRB), que trata do assunto, a reunião 
    foi suspensa por quase três horas. 
     
    Quando os trabalhos foram retomados, o projeto foi retirado da pauta da 
    reunião, o que levou o deputado Antônio Júlio (PMDB) à tribuna para obstruir 
    as votações. Ele disse que o objetivo do PL 1.782/11 é cobrar taxas mais 
    caras das pessoas mais ricas. “É uma hipocrisia danada de alguns, como se 
    aqui não houvesse lobby. Nós vivemos da pressão dos lobbies, que são 
    legítimos, desde que sejam claros”, afirmou. 
     
    Os deputados Adalclever Lopes e Sávio Souza Cruz, ambos do PMDB, se juntaram 
    a Antônio Júlio e fizeram críticas ao Governo do Estado. Os deputados Durval 
    Ângelo (PT), Pompílio Canavez (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT) e a 
    deputada Maria Tereza Lara (PT) condenaram o pedido de cassação do deputado 
    Rogério Correia (PT) pelos diretórios nacionais do DEM e do PSDB, em função 
    do suposto envolvimento do parlamentar no chamado dossiê de Furnas. 
     
    Permuta de cartórios também gera polêmica 
     
    Mais cedo, o deputado Antônio Júlio foi à tribuna para rebater as críticas 
    feitas pelo deputado Délio Malheiros (PV), em seu discurso na fase de 
    Oradores, à aprovação de emenda que abre a possibilidade de permuta de 
    cartórios. Ele negou que a medida signifique permissão para venda de 
    cartórios e alegou que a palavra final sobre a matéria foi dada pelo 
    governador Antonio Anastasia, que já sancionou a lei. “Não posso aceitar que 
    digam que tem negociata com cartórios na Assembleia. Esta é a casa do lobby. 
    Temos que deixar de ser hipócritas, sempre tem jogo de interesse”, afirmou. 
     
    O deputado Délio Malheiros, por sua vez, reiterou as críticas que fez à 
    atuação do lobby dos cartórios pela aprovação dessa emenda. “O que os 
    cartórios vêm fazendo nesta Casa é atentatório à democracia”, afirmou. Ele 
    disse que não fez nenhuma acusação ao deputado Antônio Júlio e que os 
    deputados aprovaram a emenda sem ter conhecimento do seu conteúdo. O 
    parlamentar ainda acrescentou que o Ministério Público vai impetrar uma ação 
    direta de inconstitucionalidade questionando a lei aprovada. 
     
    Redação final – Foram aprovados em redação final os PLs 90/11, 1.061/11, 
    1.583/11, 2.356/11, 2.442/11, 2.443/11, 2.446/11, 2.658/11 e 2.659/11. 
     |