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    Em meados de agosto de 2010, a Associação de Notários e Registradores do 
    Brasil – Anoreg-BR foi convidada pela Ministra Carmen Lúcia, do Supremo 
    Tribunal Federal, para colaborar com estudos e projetos referentes à 
    implantação de um sistema para o registro civil das pessoas naturais e para 
    o registro imobiliário/fundiário no Haiti. 
     
    Com apoio do Ministro Marcus Farani (Agência Brasileira do Cooperação, do 
    Ministério das Relações Exteriores), membros da Anoreg-BR reuniram-se para 
    fazer parte da missão brasileira que irá desenvolver projeto técnico de 
    cooperação governo, com propósito de apresentar ao governo haitiano estudo 
    viável para realidade do Haiti, coordenado pela Embaixada Brasileira. 
     
    A situação humanitária no Haiti é preocupante: a população, assim como as 
    autoridades e as estruturas estatais, foram afetadas por uma série de fatos 
    catastróficos (terremoto, tempestades, epidemia de cólera, violência 
    pós-eleições). O Brasil ocupa posição de liderança no árduo trabalho de 
    reconstrução do país. 
     
    Com o intuito de identificar o que realmente existe de concreto, a missão da 
    Anoreg-BR fez reuniões com representantes da Organização dos Estados 
    Americanos e da Embaixada Brasileira no Haiti em Brasília no decorrer do 
    segundo semestre de 2010. Sendo que em meados de 2011, esteve no Haiti para 
    conhecer as técnicas e as experiências vivenciadas pelos haitianos no que 
    tange ao registro civil e ao imobiliário/fundiário. 
     
    Nesse contexto, a missão brasileira manteve reuniões no Haiti com 
    consultores canadenses e americanos a respeito dos projetos existente, como 
    o ”Cadastro e Infraestrutura de Direito à Terra e de Modernização” e 
    do “Registro Civil”, elaborados pela OEA. 
     
    Atentos aos princípios que nortearam o projeto da missão da Anoreg-BR,
    transparência, visibilidade, cidadania e governança – notários e 
    registradores brasileiros assumiram compromisso com os entes governamentais 
    brasileiros e haitianos em relação à cooperação técnica brasileira para a 
    criação de novos mecanismos que proporcionassem melhoria nos aspectos 
    existentes, bem como a criação de modelo conhecido internacionalmente do 
    registro civil e imobiliário/fundiário, em atendimento à população haitiana. 
     
    De acordo com dados do governo local, dos cerca de onze milhões de 
    haitianos, a metade (sobretudo os menores) não possui nenhuma identificação. 
    Pelo projeto da OEA, iniciado em 2005, a população haitiana apta a votar têm 
    uma carteira com dados identificados para servir de título de eleitor, 
    credenciado pelo Oficio Nacional de Identificação. Entretanto, nada existe 
    referente ao registro de casamento ou óbito. 
     
    A situação do registro de imóveis é ainda mais grave e passa necessariamente 
    pela criação de novas leis. O Haiti necessitava de auxilio para realizar o 
    georreferenciamento de províncias e comunas e, conseqüentemente, um trabalho 
    ostensivo de cadastro e regularização da propriedade de terras. Atualmente, 
    quem faz escrituras são os notários locais e a entrega dos títulos de 
    propriedade é feita de forma precária por duas entidades distintas: o 
    Escritório Nacional do Cadastro (ONACA) e a Direção-Geral de Impostos (DGI). 
     
    Com este foco, este documento relata, ainda, experiências vivenciadas pelos 
    registradores brasileiros no que diz respeito aos registros públicos e os 
    resultados alcançados, notadamente no desenvolvimento das práticas para 
    controlar o subregistro e regularização fundiária no Brasil. 
     
    Acesse a íntegra dos documentos: 
     
    Projeto de 
    Cooperação Técnica Brasil-Haiti: Implantação plena de sistemas de 
    registro civil e de registro imobiliário e fundiário 
     
    Relatório 
    da missão da Anoreg-BR a respeito da primeira visita técnica ao Haiti 
    (03.07.11). 
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